quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

1° dia - 1ª parte



Primeiro dia de casinha. Casinha nova, já com livros velhos e cama velha, mas ainda com cheiro, barulhos e luzes novas que não me deixaram dormir bem na tão esperada primeira noite. Isso tudo, obviamente, recheado e bem temperado com muita ansiedade e urgência de enfim começar a tal vida nova: agora vou morar sozinha. Nessa mesma primeira noite, eu, com todos os meus problemas relacionados à eletricidade (ah sim, a eletricidade me tortura. já levei choque em quase todas as estruturas - ditas - não-condutoras. o auge foi um choque que eu levei de um champignon que eu fui roubar da pizza, ainda dentro da caixa de papelão, aberta em cima do fogão. aham, eu sei, ela me tortura e, sim, eu tenho medo.) fui corajosamente colocar uma lâmpada nova no spot novo.

Como não sou totalmente imprudente, desliguei o interruptor da parede, calçei minhas havaianas, coloquei as novas luvas de silicone para pegar coisas quentes no forno, subi no banquinho de madeira e fui colocar a tal da lâmpada nova. A princípio, tudo certo. Nenhum choque, nenhum pipoco, nenhuma faísca. Não é que eu por um minutinho eu fiquei feliz e tive esperança? Desci da cadeira, tirei as havaianas (amo andar descalça; em casa nem chinelo fica no pé em situações normais) e as luvas e me dirigi ao interruptor. Interruptor pra baixo e POW! A lâmpada estourou, o disjuntor caiu e eu fiquei totalmente no escuro, cercada por cacos de vidro que foram espalhados - inclusive - em cima da minha cama.

Minhas opções?
Bom, resumidamente:
1 - dar um chilique, ir até a porta, abrir e mexer na caixa de torturas (a.k.a. caixa de luz, de força, quadro elétrico) e ligar novamente o disjuntor que caiu.
2 - dar um chilique, tentar sacudir os cacos da minha cama no escuro e torcer para não me cortar (porque eu nem um mísero band-aid tinha na casinha) e esperar o dia nascer.
3 - dar um chilique, dormir no tapete de 30x40cm do banheiro e esperar o dia nascer.

Depois de uns minutos, de sentir o chão frio do banheiro e de pisar em um caco de vidro, mesmo tendo certeza de que o meu passo foi rumo a uma direção livre dos pedaços de vidro, respirei fundo, reuni novamente minha coragem, que agora estava espalhada pelo chão junto com os caquinhos, e escolhi o número 1. Pesquei as havaianas com uma toalha e andei até a tal caixa do mal. Disjuntores para cima, nenhum choque elétrico. Coragem reunida. Vassoura estreiada, cama pronta para ser dormível e lá fui eu deitar e tentar dormir - sonhando com o cafézinho que eu ia fazer na manhã seguinte antes de ir pro estágio. Aquele café gostoso, naquela cafeteira elétrica especial que mamãe me deu para que eu não sentisse tanta falta do café materno de todas as manhãs. (rhum, se eu soubesse o que a manhã traria..)

3 comentários:

  1. Essa história é muito boa Daya! hehehe

    Gostei!

    Beijos, linda!

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  2. hehehehehehehe, ai ai ai! As não tão boas surpresas!!!
    Esse finalzinho ficou com clima de "cenas do próximo capítulo"... Hmmm!

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  3. por um minuto fiquei me perguntando se vc tinha se mudado de novo =D
    eu nem tenho histórias muito emocionantes pra contar do meu apertamento, digo, kitnet. Mas espero que esse desamor da eletricidade para com a sua pessoa já tenha passado =D

    bjo! saudade!

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